Entre setembro e novembro de 2012, tive a experiência de dar aulas de informática. Foram duas disciplinas, introdução à informática e ferramentas de escritório, para o curso de operador de computadores, oferecido pelo IFRS Campus Osório.
Eu nunca havia tido a oportunidade de ser o "professor" e esta experiência foi muito gratificante. Coloquei professor entre aspas, pois na verdade somos todos alunos, e o legal de tudo isso é a troca de experiências, pois eu passo a minha experiência com o conteúdo e aprendo muito com os alunos, aprendo muito sobre eles e sobre mim também, pois, para "dar aula", é preciso estar preparado para as mais diversas situações.
Primeiro vem a questão da didática, organizar o conteúdo da disciplina, criar o material, elaborar as aulas; Depois tem a operacionalização da aula, pois eu gosto de usar data show, logo eu precisava reservar o aparelho para todas as noites, o que nem sempre era possível, aí entra o improviso, que cada professor precisa "rebolar" para dar um jeito.
Houveram momentos que achei que os alunos não estavam gostando das aulas, então o jeito foi reformular, pensar diferente e buscar inovação. As vezes nem é preciso inventar muito, apenas usar novos termos, ou exemplos mais próximos da realidade deles, já muda muita coisa.
Outro detalhe importante para um marinheiro de primeira viagem: a burocracia. Era de imaginar-se que as obrigações dos professores vão além das aulas e chamadas, mas eu não esperava outras burocracias chatas, algumas necessárias, mas que me fizeram perder algum tempo extra além da sala de aula.
Tempo foi a palavra chave neste período em que estive dando aulas, pois continuei com o meu trabalho de 8x5 na EMATER/RS-ASCAR, e viajava quatro vezes na semana para Osório, para dar aula das 19h às 22h20. Logo, neste período, eu só tinha as quintas-feiras, finais de semana e os horários de almoço para todas as outras coisas, que incluíam preparar as aulas, atender questões administrativas do IFRS, continuar a pós-graduação na UNISUL, preparar-me e participar de concursos públicos e o convívio com os familiares, além do lazer, claro.
Para isso, precisei ser bastante organizado, pois nem todos os dias eu usava o carro, e precisava comprar passagens de ônibus com antecedência, precisava me organizar no trabalho para sair às 17h, etc.
Foi uma experiência ótima, ganhei bons amigos, aprendi muitas coisas novas e, com certeza, me fez uma pessoa melhor preparada para as situações que a vida nos impõe.
Sobre voltar a dar aulas, essa é uma questão que depende de uma série de outras questões, como o deslocamento, questões financeiras, conhecimento na área de atuação, etc. São questões que o futuro dirá se valerá a pena investir mais nesta área.
